sábado, 22 de junho de 2013

Filosofia - Aula do dia 22/06/13

Por Prof. Vinícius Amaral


Abordaremos, por ser dois horários, de Lógica simbólica, cálculo proposicional, Filosofia Medieval, Patrística e Escolástica, Agostinho, Tomás de Aquino, as provas da existência de Deus segundo Tómas de Aquino.

Também serão tratadas Questões de vestibular (Enem, UFF, Unsisal, Unem) que abordam a filosofia medieval.

domingo, 9 de junho de 2013

História da Arte - Barroco Mineiro - Aula do dia 08/06/13

Por Profa. Bárbara

Barroco no Brasil
Barroco Mineiro
Contexto Histórico
  •  Barroco mineiro é a versão que o estilo Barroco desenvolveu no estado de Minas Gerais entre o início do século XVIII e o final do século XIX. O termo refere à arquitetura desse período, mas teve expressões importantes também na escultura e na pintura.
  • Parte da manifestação artística desse período em Minas Gerais aconteceu no estilo Rococó, que muitos estudiosos consideram uma escola independente.

  • Por volta de 1760, o estilo predominante em Minas teria sido o Rococó, especialmente em relação à elaboração das fachadas das edificações religiosas, ornamentação interior e a disposição quadrangular das igrejas. 

  • A formulação de uma derivação característica do Barroco na região mineradora ocorreu devido o enriquecimento da região com a descoberta de grandes jazidas de ouro e diamantes e à criatividade dos mineiros no uso de técnicas, mão de obra e materiais.
  • O Barroco mineiro teve seu centro principal na antiga Vila Rica, hoje Ouro Preto, fundada em 1711, mas também floresceu com vigor em Diamantina, Serro, Mariana, Tiradentes, Sabará, São João del-Rei, Congonhas e uma série de outras vilas e povoados mineiros.


    Religião e o Barroco Mineiro

    • A instabilidade da exploração dos metais preciosos estimulavam a busca por algum tipo de assistência mútua.

    • Cabia aos leigos a organização a celebração dos ofícios, práticas religiosas e o exercício solidário, características incentivadas para a sobrevivência do sistema colonial durante o período de ligeira emergência dos núcleos urbanos. 

    • Foi assim que as irmandades se consolidaram como formas de organização religiosa e social. Elas foram consolidadas mesmo antes do aparelhamento burocrático e militar da região.

    • Essas associações de leigos, fortalecidas pela proibição das ordens religiosas na região, foram as financiadoras do trabalho dos artífices, artistas e artesãos da região.

    • Inicialmente eram capelas de taipa, pau-a-pique e adobe, gradativamente cediam espaço para edificações maiores e mais ornamentadas, fortalecidas mais tarde pelo advento das ordens terceiras, associações com finalidade parecida, mas conhecidas por terem mais recursos.

    • As irmandades religiosas competiam na construção de templos decorados com luxo e requinte, ostentando pinturas, entalhes e esculturas.

      Arquitetura

      • A arquitetura barroca mineira é interessante por se realizar geralmente em um terreno acidentado, cheio de morros e vales.

      • As características estilísticas distintivas são mais claramente expressas na arquitetura religiosa, nas igrejas que proliferaram em grande número em todas essas cidades.

      •  A localização dos templos era devidamente escolhida e nem sempre as irmandades dos brancos ficavam com os melhores lotes. Os lugares mais altos eram os preferidos, conforme recomendação canônica.

      • O caso mineiro tem o atrativo de constituir o primeiro núcleo no Brasil de uma sociedade eminentemente urbana.

      o início do século as igrejas ainda derivavam suas plantas da matriz maneirista, com planta retangular, fachada austera e frontão triangular, modelo exemplificado na Catedral de Mariana.

      Inovações importantes na Matriz do Pilar em Ouro Preto, com uma planta retangular, mas cuja talha interna redefine o espaço na forma de um decágono.

      Originais de fato, sem precedentes tanto na arquitetura brasileira como na portuguesa, são as igrejas projetadas por Antônio Pereira de Sousa Calheiros, com destaque para a do Rosário dos Pretos em Ouro Preto, com planta composta de três elipses sucessivas, fachada circular com três arcos, e com torres


      Escultura

      • Com maior dificuldade para importação de peças portuguesas como se fazia de hábito no litoral, não era menos religiosa e enfrentava uma demanda por estatuária sacra em nada menor do que a dos outros grandes centros urbanos do Brasil.
      • Em sua maioria autodidatas, os escultores da escola mineira não se aglutinaram em torno de um único princípio estético, e sua produção se caracteriza pela diversidade e pelo ecletismo.
      • Alguns traços têm sido apontados como típicos de Minas Gerais: a ausência de padrões essencialmente repetitivos ou acadêmicos, uma policromia menos carregada, feições mais ingênuas.
      • O conjunto de talhas nos templos formava os retábulos. A talha em madeira que, em alguns casos, recebiam policromia e dourada era típica dos portugueses. Tinha basicamente colunas torsas, espiraladas de ponta a ponta, motivos florais.

      • Policromia: Terminada a talha e colocados os olhos, esculpidos, pintados ou de vidro, a imagem ia para as mãos do pintor, que, em geral, era também dourador e se encarregava de aplicar todas as camadas de policromia, ou seja: preparação (que consistia na colocação de cola animal, sulfato de cálcio, caulim, gesso mate e sulfato de cálcio bihidratado no entalhe), bolo armênio (camada de argila com cola), folhas metálicas (de ouro ou prata, vindas de Portugal ou do Rio de Janeiro) e camada de tinta (na maior parte das vezes têmpera. Ele se encarregava do que chamamos de policromia, que está dividida em duas partes: a carnação, cujo nome vem de carne, ou seja, pintura da anatomia aparente da figura, quando se dá a cor da pele; e o estofamento, que é a imitação dos tecidos da época, feita em várias camadas.

        Pintura

        • A pintura barroca mineira tem seus exemplos mais notáveis na decoração interna das igrejas, embora haja também uma produção em painéis e telas independentes.
        • Os templos mineiros setecentistas, em sua maioria, se distinguem pelo uso de um tabuado corrido nos forros, especialmente prevendo a decoração com pinturas de grandes dimensões
        • Ignorando o Neoclassicismo que já se desenvolvia no Rio e em alguns outros centros brasileiros.
        • Muitos dos artistas eram autodidatas.
        • Mestre Ataíde, o mais insigne mestre dessa escola, se valeu de exemplos importados, embora sua interpretação dos mesmos seja muito original, popular, chega ao ponto de representar anjos e santos com feições mulatas.
        • Um ex-voto: Um quadro, pintura ou objeto a que se conferiu uma intenção votiva, ou seja, religiosa. Podem ser ainda placas com inscrições, figuras esculpidas em madeira ou cera, muitas vezes representando partes do corpo que estavam adoecidas e foram curadas etc.
        • Podem, ainda, se expressar por meio de obrigações, interdições ou outras formas de sacrifícios pessoais. São colocados em igrejas, capelas, cemitérios, cruzeiros de acontecido, para pagar promessas, agradecer uma graça alcançada, consagrar ou renovar um pacto de fé.



História da Arte - Barroco no Brasil - Aula do dia 08/06/13

Por Profa. Bárbara


Barroco no Brasil I

•O Barroco no Brasil foi o estilo artístico dominante durante a maior parte do período colonial, encontrando um terreno receptivo para um rico florescimento.

•Predominou no início do século XVII, introduzido por missionários católicos, especialmente jesuítas, que para lá se dirigiram a fim de catequizar e aculturar os povos indígenas e africanos.

•Ao longo do período colonial vigorou uma íntima associação entre a Igreja e o Estado, mas como na colônia não havia uma corte que servisse de mecenas, como as elites não se preocuparam em construir palácios ou patrocinar as artes profanas senão no fim do período, e como a religião exercia enorme influência no cotidiano de todos, deste conjunto de fatores deriva que a vasta maioria do legado barroco brasileiro esteja na arte sacra: escultura, pintura e obra de talha para decoração de igrejas e conventos ou para culto privado.

•Apesar de sua importância, boa parte do legado material do Barroco brasileiro está em mau estado de conservação e exige restauro e outras medidas conservadoras, verificando-se frequentemente perdas ou degradação de exemplares valiosos em todas as modalidades artísticas; o país ainda tem muito a fazer para preservar parte tão importante de sua história, tradição e cultura.

•O Barroco no Brasil foi formado por uma complexa teia de influências européias e adaptações locais, embora em geral coloridas pela interpretação portuguesa do estilo. É preciso lembrar que o contexto em que o Barroco se desenvolveu na colônia era completamente diverso daquele que lhe dera origem na Europa.
Arquitetura

•Os primeiros edifícios sacros de algum vulto do Brasil foram erguidos a partir da segunda metade do século XVI, quando algumas vilas já dispunham de população que o justificasse. Foram os casos de Olinda e Salvador.

•As mais simples empregaram a técnica do pau-a-pique, sendo cobertas com folhas de palmeira, mas desde logo os missionários se preocuparam com a durabilidade e solidez dos edifícios, preferindo sempre que possível edificar em alvenaria, embora muitas vezes, por circunstâncias várias, fossem obrigados a usar a taipa ou o adobe. 

•Na arquitetura civil, privada ou pública, o Barroco deixou relativamente poucos edifícios, sendo em linhas gerais bastante modestos. Por outro lado, os conjuntos dos centros históricos de algumas cidades (Salvador, Ouro Preto, Olinda, Diamantina, São Luís e Goiás), declarados Patrimônio da Humanidade pela Unesco, ainda permanecem em boa parte intactos, apresentando uma paisagem ininterrupta extensa e valiosíssima de arquitetura civil do barroco, com soluções urbanísticas muitas vezes originais e com farta ilustração de todas as adaptações do estilo aos diferentes estratos sociais e às suas transformações ao longo dos anos


Pintura
·         Como ocorreu em todas as artes, a Igreja Católica foi a maior patrona da pintura colonial.
·         Para a Igreja a pintura tinha como função básica auxiliar na catequese e confirmar a fé dos devotos. A necessidade de ser facilmente compreensível pelo povo inculto significou que o desenho predominasse sobre a cor. O desenho, na conceituação da época, pertencia à esfera da razão e definia a ideia a ser transmitida, e a cor fornecia a ênfase emocional necessária à melhor eficiência funcional do desenho.
·         Desta forma, toda a pintura barroca é figurativa, retórica e moralizante. Cada cena trazia uma série de elementos simbólicos que constituíam uma linguagem visual, sendo usados como palavras na construção de uma frase.
·         As imagens dos santos mostravam seus atributos típicos, como os instrumentos do seu suplício, ou objetos que estiveram ligados à sua carreira ou ilustrassem suas virtudes. Por exemplo, São Francisco podia aparecer rodeado de objetos associados à penitência e à transitoriedade da vida: o crânio, a ampulheta, o rosário, o livro, o açoite.

Talha dourada
·         É uma modalidade de escultura essencialmente decorativa, deve ser abordada em mais detalhe em vista da sua grande riqueza no Brasil e da sua extraordinária importância ao longo de todo o desenvolvimento do Barroco, muitas vezes adquirindo proporções monumentais e modificando a percepção dos espaços arquitetônicos internos.
·         Como os volumes estruturais das igrejas permaneceram sempre bastante simples e estáticos, atestando a longevidade e vigor da tradição da arquitetura, foi na decoração dos interiores, nos retábulos e altares, onde a talha domina, que o Barroco brasileiro pôde se expressar com sua força total e ser mais "tipicamente Baroco": suntuoso, extravagante, dinâmico e dramático. Foi no nordeste, primeiro em Salvador e em Recife, que deu seus primeiros frutos importantes. 

Artes Cênicas (Via Crucis)
  • No início não havia casas de teatro, e o local para tais representações era usualmente ao ar livre, nas praças diante das igrejas, ou ao longo das procissões, com o auxílio de cenários móveis instalados em cima de carros alegóricos que acompanhavam o percurso.
  • As procissões em particular contavam com a viva participação popular, num movimento integrado entre atores e público. Muitas vezes se fazia uso de marionetes ou imagens sacras de um tipo especial, as estátuas de roca, vestidas como pessoas e articuladas de modo a poderem se adaptar à ação que se desenrolava, onde desempenhavam um papel evocativo fundamental.


  • Das casas de teatro barrocas do Brasil, a mais antiga ainda existente é o Teatro Municipal de Ouro Preto, de 1770, que é também o mais antigo das Américas ainda em uso.


  • A herança cênica do barroco perdura até os dias de hoje em expressões populares sincréticas de longa e rica tradição que sobrevivem em diversos pontos do país,os congados, os ternos de Reis etc.